Total Pageviews

Sunday, June 17, 2007

TUDO É NECESSÁRIO


Tudo, absolutamente tudo é necessário. A frase do título desta postagem eu a vi no consultório do brilhante terapeuta transpessoal, e meu amigo Antonio José de Mello Marques, e não sei de quem é a autoria. Confesso que a princípio não concordei muito, mas, após algum tempo vi que é a mais absoluta verdade, embora existam pessoas que acham que a verdade não é absoluta, e respeito esta posição. Bem, aprendemos com tudo e com todos, e a dor nos aponta algo que está errado em nós e não no outro ou no que está fora de nós, e não é estalando os dedos e dizendo simplesmente "já passou", e buscarmos uma fuga para não enxergar o que se passa que iremos resolver, porque ela certamente voltará, e com mais intensidade. Se quizermos melhorar o mundo, o que achamos injusto ou incorreto, temos que desejar e buscar sinceramente melhorar o que está dentro de nós, e a dor serve como termômetro para isto, e uma pessoa mui querida até já escreveu no seu blog sobre isto com o título de "dor curativa". Mas não iremos "carpir" ou "curtir" a dor, porque não é assim que resolveremos, e sim ter um olhar muito honesto para com o que está lá dentro para que possamos acolher isto como verdadeiro, e assim,resolvermos.
No meu círculo de amigos e familiares, sempre fui cobrada quando estava triste quando me diziam: " A sua força está na sua alegria", porque o meu natural é realmente estar alegre, e um amigo também me escreveu uma vez me dizendo:
"Conserve esta alegria que é o que cinge as pessoas que ama e que te amam".
Assim, recentemente passei por um momento dêsses, onde uma dor profunda chegou até a mim e como "Viver é afinar o instrumento, de dentro prá fora, de fora prá dentro", segundo Walter Franco em Serra do Luar, reconheci que diante de um estímulo externo, que fez com que a dor brotasse em mim, busquei os meus mecanismos que já sei que são eficazes, verbalizei o que estava sentindo, sentindo, visualizei a minha casa interior, fiz uma faxina, para que a dor não se cristalizasse em sofrimento. Somos todos reflexos um do outro mesmo, e somos todos meros pretextos para nos apontarmos formas de nos conhecermos melhor e crescermos, enquanto seres espirituais tendo experiências humanas, nesta escola planetária. E como artista, como cantora, tenho muito mais ainda que estar consciente disto, porque a arte é o maior instrumento para tocar a alma das pessoas, para transformar-nos a nós artistas e todos e tudo o que nos rodeia. E nada de sofrimento. Quero aprender a ser como as velhinhas personagens do texto que transcrevo abaixo, como um presente que me veio através da minha amiga Lenora, filha do meu querido amigo e compositor João Mello, a quem registro aqui a mais profunda gratidão.


Preguiça de sofrer

Zuenir Ventura (20.07.2006)


Há 26 anos, elas cumprem uma alegre rotina: às sextas-feiras pela manhã sobem a serra e descem aos domingos à tarde, quando não permanecem a semana toda lá, em sua casa de Itaipava, distante hora e meia do Rio. São quatro irmãs de sobrenome Sette - Mily, a mais velha, de 86 anos; Guilhermina (84), Maria Elisa (76) e Maria Helena (73) - mais a cunhada Ítala (87), a prima Icléa (90) e a amiga de mais de meio século, Jacy (78).
O astral e a energia da "Casa da sete velhinhas" são únicos. Elas cuidam das plantas, visitam exposições, assistem a shows, lêem, jogam baralho, conversam, discutem política, vêem televisão, fazem tricô, crochê e sobretudo riem. Só não falam e não deixam falar de doença e infelicidade. Baixaria, nem pensar.
Quando preciso tomar uma injeção de ânimo e rejuvenescimento, subo até lá, como fiz no último sábado. Já viajamos juntos algumas vezes, como a Tiradentes, por cujas redondezas andamos de jipe, o que naquelas estradas de terra é quase como andar a cavalo. Tudo numa boa.
Elas têm uma sede adolescente de novidade e conhecimento. Modéstia à parte, são conhecidas como "As meninas do Zuenir". Me dão a maior força. Quando sabem que estou fazendo alguma palestra no Rio, tenho a garantia de que a sala não vai ficar vazia. São meu público cativo e ocupam em geral a primeira fila.
Numa dessas ocasiões, com a casa cheia, elas chegaram atrasadas e fizeram rir ao se anunciarem a sério na entrada: "Nós somos as meninas do Zuenir."Nos conhecemos nos anos 70, quando morávamos no mesmo prédio no Rio e Maria Elisa, que é química, passou a dar aulas particulares de matemática para meus filhos, ainda pequenos, de graça, pelo prazer de ensinar.
Depois nos mudamos,continuamos amigos e nossa referência passou a ser a casa de Itaipava, onde minha mulher e eu temos um cantinho, um pequeno apartamento na parte externa da casa, os "Alpes suíços". No começo o terreno não passava de um barranco de terravermelha. Hoje é um jardim suspenso, com árvores e flores variadas que constituem uma atração para os pássaros.
Dessa vez, não cheguei a tempo de ver a cerejeira florida, mas em compensação assisti a uma exibição especial de um casal de papagaios. O interior da casa é um brinco, não fossem elas meio artistas, meio artesãs, todas muito prendadas, como se dizia antigamente. Helena e Jacy, por exemplo, tecem mantas e colchas de tricô e crochê que já mereceram exposições. Mily desafia a idade preferindo as novas tecnologias e a modernidade, sem falar no vôlei, de que é torcedora apaixonada. Sabe tudo de computador e, com Jacy, freqüenta todos os cursos que pode: de francês a ética, de inglês a filosofia. Na parede, Tom Jobim observa tudo.
A foto é autografada para Elisa, de quem ele foi colega no Andrews. Aliás, nesse colégio da Zona Sul do Rio, Guilhermina trabalhou 53 anos, como secretária e professora de Latim, que ela ensinava pelo método direto, ou seja, falando com os alunos. Ficou muito feliz quando na praia ouviu, vindo de dentro do mar, o grito de alguém no meio das ondas, provavelmente um surfista: "Ave, magister! "Amiga de personagens como o maestro Villa-Lobos, ela ajudou ou acompanhou a carreira de dezenas de jovens que passaram por aquele tradicional colégio, cujo diretor uma vez lhe fez um rasgado elogio público, ressaltando o quanto ela era indispensável ao educandário. No dia seguinte, ela pediu as contas, com essa sábia alegação: "Eu quero sair enquanto estou no auge, não quando não souberem mais o que fazer comigo". Foi para casa e teve um choque, achando que não ia suportar a aposentadoria. Durou pouco, porque logo arranjou o que fazer. É tradutora e gosta muito de etimologia: adora estudar a vida das palavras desde suas origens, principalmente quando são gregas.
Ah, nas horas vagas faz bijuterias. Para explicar como se desvencilhou do vazio de deixar um emprego de 53 anos ecomeçar nova vida já velha, Guilhermina usou uma frase que se aplica a todas as outras seis velhinhas e que eu gostaria de adotar também: "Tenho preguiça de sofrer.
"Não são o máximo as meninas do Zuenir?

"Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional." (Roberto Shinyashiki)


"Faça uma pequena coisa na vida mantendo uma percepção relaxada. Quando você estiver comendo, coma com totalidade: mastigue com totalidade, saboreie com totalidade, cheire com totalidade. Toque seu pão, sinta sua textura. Mastigue-o, deixe que se dissolva em seu ser e permaneça consciente - você estará meditando. Então a meditação não estará separada da vida.
Sempre que a meditação é separada da vida, algo está errado. Ela se torna negação da vida. Nesse caso a pessoa começa a pensar em entrar para um mosteiro ou ir para uma caverna no Himalaia. Nesse caso a pessoa que escapar da vida, porque a vida parece ser uma distração da meditação.
A vida não é uma distração, a vida é uma ocasião para a meditação."
Osho

Isto é estar "inteiro" no momento vivido.
Beijos com amor
Gwen
NAMASTÊ!!!





3 comments:

Encantos y Desencantos said...

Fantástico tua vida tua luta e vejo muito nitidamente teu sucesso internacional!
Meu corazon, está en tu corazón nunca olvide!
Te adoro minha linda e preciosa hermanita, li teu e-mail emocionada com tudo que falas es um ser transparente! Com uma voz divina!
Namastê
Di

Ligia Nogueira said...

TUdo é necessário.............,e ninguém pode passar por nós ,o que temos que passar. NO momento muitas vezes ,dificil,pesado,escuro,mas logo a luz surge no final do túnel,nos mostrando um crescimento pessoal,e com uma sensibilidadew maior.
A riqueza tb,é que nesse caminho surgem pessoas,de grande valor e ensinamento.
Bjs
Ligia

Anonymous said...

gwen,you are a amazing wonderful artist,your writing and your singing get to the heart of who know you and listen your magical voice.
keep giving us the magic of your soul and spirit.
lues.