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Sunday, January 04, 2009

A MÚSICA, O CANTO, A VOZ, A VIDA!


Sabe-se que não existe instrumento musical que seja tão perfeito quanto a voz. Mesmo a voz falada tem sua musicalidade, sua empostação, dependendo da emoção que se imprime, dependendo do sotaque, do idioma...enfim, a voz sempre emite uma melodia, mesmo que não percebamos isto. Assim, algumas fonoaudiólogas amigas me disseram que "a voz é o tato à distância". Grande verdade!


Então, muito mais do que qualquer forma de expressão, a voz tem um poder que transcende qualquer tentativa de mensuração neste sentido.


No meu entendimento, quando alguém usa a voz falada ou cantada, deve procurar estar conectada com o que exista de real, dentro de si, para que a energia emitida através da voz seja um instrumento para harmonizar a si próprio, e à quem ouve. A emoção verbalizada e cantada, tem que ser verdadeira, e embora possamos e devamos até exprimir os sentimentos de indignação, raiva, ou desgosto, tristeza, através da fala ou do canto, só há sentido se isto levar à uma espécie de "catarse" ou seja liberação, das situações de desconforto, rumo à um sentimento de alívio em prol da felicidade, através desta expressão. Todas estas emoções nos são inerentes, não as podemos negar, e não existe porque dizer que existam emoções negativas, se elas nos apontam para algo que é real, para que rumemos em busca do crescimento, da transformação.


E assim, como poderíamos limitar esta expressão? Num século, e num momento em que tomamos consciência de que devemos buscar um mundo sem fronteiras, e como diz Osho "O nacionalismo é uma praga", aliás tudo o que divide os homens, deve ser evitado, tudo o que busca a permanência da dualidade, ou separativismo, competitividade, tudo isto está com os dias contados, não caberá neste novo momento. A arte, a música não pode ter limitações de nenhuma natureza, porque é universal, como são universais os sentimentos.


No livro "Fronteiras da Inteligência" - A sabedoria da espiritualidade, de autoria do Rabino Nilton Bonder, vemos que as empresas, e todos as entidades, e setores da sociedade, já estão buscando por pessoas que estejam conscientes e preparadas para serem o que a máquina não pode ser, ou seja; estejam mais preparadas para trabalhar e lidar com as dúvidas, do que com as certezas. No nosso tempo, sabemos que todo o conhecimento racional intelectual, toda a compreensão de informações podem estar contidas num robô que pode desempenhar tarefas até de gerenciamento. Tudo isto que o hemisfério esquerdo do nosso cérebro controla, a lógica, e que fomos estimulados a utilizar e desenvolver, é perfeitamente possível para um robô. E então que homem faz a diferença, para um novo mundo, uma nova era? Este homem é aquele que seja capaz de utilizar o hemisfério direito, o não lógico, o intuitivo, o da reverência, para buscar soluções que a lógica já não consegue dar. Cabe a cada um de nós buscar esta excelência, se quisermos conseguir emergir ao caos que nenhuma lógica consegue explicar. Entrar na dúvida e aprofundar na dúvida, com a capacidade de reverência, para "intuitivamente" com o que existe de verdadeiro dentro de nós, a nossa verdadeira identidade, podermos nos expressar sem conceitos preestabelecidos, sem fórmulas, sem premeditação, sem expectativas, e buscarmos, como meio, "ter" o que realmente se faz necessário como instrumento para transitarmos neste plano tridimensional, "sendo" o que de fato somos: seres espirituais, tendo experiências humanas, embora nem sempre lembremos disto. Assim o "ter" deixa de ser meta, para ser um meio. E agora transcrevo abaixo a letra de uma das duas únicas músicas que compus, que fluiu, partindo de uma inspiração de uma fonte, que pode ter sido da minha essência, do inconsciente coletivo, de algum ser ascencionado, um anjo...enfim, ainda não a gravei, e não sei se algum dia o farei, mais aí está a letra de:
UNIVERSO NA CANÇÃO
Oh, lua, me envolve e traz o meu canto
nesta melodia, dos sons do universo,
que inspiram harmonia.
Quero partir nas asas do amor
escutando o coração,
que canta suavemente e me leva
com o vento, ao encontro da emoção
de SERMOS TODOS UM,
dançando a mesma canção
da alegria e paz!
E assim, no infinito em plenitude,
sempre de mãos dadas,
iremos ser O ARCO ÍRIS DO AMOR.
Acreditem ou não se não caminharmos neste sentido, todos, e se a arte, principalmente a música não for nesta direção, levando ao caminho do "coração" da verdadeira identidade, nada do que for feito valerá à pena.


Há algum tempo disse que a música é a mais pura ressonância para o perfeito entendimento da vida, e acrescento agora que o canto é a expressão mais linda e poderosa dessa ressonância e entendimento.


Até mesmo os surdos têm a capacidade de sentirem a vibração sonora, e assim, dançam,






"Sem a música, a vida seria um erro, e aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música."



Nietzsche